O ritmo funk  tomou conta das comunidades, muito por conta dos

“Bailes da Pesada”, no Rio, e o sucesso da produtora “Furacão 2000”.

 

Nos anos 1990 a concorrência não facilitava a vida dos funkeiros. Com a ascensão do MPB nos bailes do Rio, o funk foi perdendo espaço na zona Sul carioca e, como consequência, migrou para as periferias e favelas.

Os bailes “da Pesada”, como eram conhecidos, eram frequentados por milhares de pessoas.

O preconceito à volta de jovens pretos e vindos da periferia praticando tal ato foi o suficiente para a mídia da época taxar todos os participantes do movimento funk como marginais e criminosos. Além disso, as músicas cujas letras apresentavam a realidade da população das favelas e que citavam a violência e as armas, por exemplo em “Rap das Armas” de Cidinho e Doca, eram tratadas com repulsa pelas elites. A cantora Anitta, internacionalmente reconhecida, falou sobre o assunto em uma palestra que participou em Harvard: “A rejeição ao funk é única e exclusivamente porque veio do pobre, da favela. O funkeiro canta a realidade dele (…) Para mudar o contexto da letra do funk, você precisa mudar a realidade de quem está vivendo essa realidade”.

Nos jornais, o funk que antes era instrumento de denúncia das comunidades através das letras, passou a ser associado diretamente ao crime e às facções criminosas do Rio de Janeiro. Desse modo, a criminalização do movimento foi se acentuando, com diversos bailes e funkeiros sendo perseguidos, o que tirou o poder de liberdade dos artistas e dos consumidores de suas músicas.

O gênero musical periférico traz diversas questões sociais importantes para a população, duas delas são a representatividade e a inclusão da periferia. Além de gerar empregos e oportunidades de trabalho, tanto na produção de músicas quanto na de eventos, ajudando o crescimento econômico das comunidades.

Outro papel social que o funk potencializa é o empoderamento. O sucesso de artistas periféricos, ou de outras classes minoritárias desafia os estereótipos e preconceitos impostos pela elite brasileira, quebrando barreiras e aumentando a diversidade. Além de ser inspiração para os jovens das favelas, ele ajuda no combate à criminalidade. Em diversas letras de funk, os cantores falam sobre como o crime não compensa, incentivando  a busca pelos seus sonhos, promovendo a inclusão social.

Com o passar dos anos, o funk foi fazendo mais sucesso e se ramificando em vários subgêneros, atingindo tanto a classe média e alta, como a classe baixa. Com a popularização entre celebridades e a elite, no fim da década de 1990, os bailes de favela do Rio de Janeiro, como o Baile Castelo das Pedras, ganharam maior público.

Através do fascínio e curiosidade, o funk, mesmo que de forma restrita, saía das favelas.

Os programas tornaram-se responsáveis por ajudar a divulgar os MCs, e o principal exemplo foi a ascensão da Furacão 2000, que traziam funkeiros da comunidade sendo transmiitindo pela TV  aberta .

A produtora Furacão 2000 popularizou o baile funk em todo o Brasil elançou grandes nomes do gênero como Claudinho e Buchecha .

Sobre o filme  ‘Nosso Sonho’

O longa, protagonizado por Juan Paiva e Lucas Penteado, conta a história que muita gente ainda não sabe sobre Claudinho eBuchecha, desde a infância humilde no bairro de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, até a fama nacional.O público também vai descobrir como foram compostas algumas das canções mais icônicas da dupla, que marcaram gerações e são emblemáticasna cena musical até hoje, como “Só Love”, “Rap do Salgueiro”, “Quero te Encontrar”, “Fico Assim Sem Você”, que serão relembradas nas vozes dos protagonistas Lucas Penteado e Juan Paiva, que interpretam Claudinho e Buchecha, respectivamente.

 

 

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